Democracia suicidária

ação política e contestação constitucional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/ddem.v.1.n.13.68658

Palavras-chave:

Democracia, Constituição, Constitucionalismo democrático, Contestação, Ação política

Resumo

O presente trabalho aborda a tensão inerente entre democracia e constitucionalismo, endossando a complexidade e o paradoxo dessa relação. A ideia central é a de uma "Democracia suicidária", que explora como a ação política popular, ao tensionar os limites impostos pelo constitucionalismo, pode levar à contestação constitucional e, enfim, a mudanças drásticas no arranjo jurídico-político. Discute-se a noção de um constitucionalismo democrático, que se mantém contínuo através da constante reinvenção dos direitos, destacando que o poder constituinte é uma força disruptiva que desafia o poder constituído. Ao longo do texto, é enfatizada a natureza dialética e conflitante entre a vontade popular e a estrutura formal da constituição, propondo que a ação política, mesmo sem mediação, é medular para a vitalidade democrática. Nesse sentido, a pesquisa desenvolve-se por meio de enfoque qualitativo e abordagem crítico-propositiva, fundamentada na literatura constitucional progressista e na teoria política radical. O artigo conclui que, apesar da aparente estabilidade do constitucionalismo, a democracia continua a se afirmar por meio de ações que questionam, transformam e antagonicamente ameaçam as normas constitucionais estabelecidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

André Luiz Perovano, Universidade federal do Paraná - UFPR - Curitiba, PR

Graduando na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pesquisador Associado do Centro de Estudos da Constituição (CCONS-UFPR). Membro Efetivo do Núcleo de Estudos em Filosofia e Teoria do Direito (NEFIT-UFPR).

André Peixoto de Souza, Universidade federal do Paraná - UFPR - Curitiba, PR

Doutor em Direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em Filosofia, História e Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestre em Direito pela UFPR.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão da ADPF nº 153. Brasília: STF, 2010. Disponível em/ Acesso em: 01 out. 2024.

CHUEIRI, Vera Karam de. Constituição Radical: percursos do constitucionalismo e democracia. Belo Horizonte: Arraes Editores, 2024.

CHUEIRI, Vera Karam de. Constituição Radical: uma ideia e uma prática. Revista da Faculdade de Direito UFPR, Curitiba, n. 58, p. 25-36, 2013.

CHUEIRI, Vera Karam de. Lucha urbana y democracia radical: perspectivas para un constitucionalismo democrático. In: KOZICKI, Kaya; FALLER, Maria Helena Fonseca (Org.). Soberanía, Constitución y Democracia: tensiones y contradicciones en el siglo XXI. Bogotá: Tirant Lo Blanch, 2021.

CHUEIRI, Vera Karam de. Poder constituinte com(o) direito de resistência: alternativas teóricas e práticas da crise da democracia constitucional. Revista Gralha Azul, Curitiba, n. 25, p. 238-249, 2025.

COLÓN-RÍOS, Joel I. Weak Constitutionalism: democratic legitimacy and the question of constituent power. New York: Routledge, 2012.

COSTA, Alexandre; MARQUES, Magnus. O Poder Constituinte e o Constitucionalismo: entre permanência e mudança. In: ADAMO, Dias Alves [et al.]. Teoria crítica da Constituição: constitucionalismo por vir e democracia sem espera: em homenagem ao professor Marcelo Cattoni. Belo Horizonte: Conhecimento Editora, 2022, p. 11-28.

DERRIDA, Jacques. Force of Law: The “Mystical Foundation of Authority”. In: CORNELL, Drucilla; ROSENFELD, Michel; CARLSON, David Gray (Eds.). Deconstruction and the Possibility of Justice. New York: Routledge, 1992.

DWORKIN, Ronald. Freedom's Law: the moral reading of the american constitution. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1997.

GODOY, Miguel Gualano de. Constitucionalismo e Democracia: uma leitura a partir de Carlos Santiago Nino e Roberto Gargarella. São Paulo: Saraiva, 2012.

LOUGHLIN, Martin; WALKER, Neil (Eds.). The Paradox of Constitutionalism: constituent power and constitutional form. London: Oxford University Press, 2007.

MICHELMAN, Frank I. Brennan and democracy. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1999.

MICHELMAN, Frank I. Constitutional essentials: on the constitutional theory of political liberalism. New York: Oxford University Press, 2022.

MICHELMAN, Frank I. Human Rights and the Limits of Constitutional Theory. Ratio Juris, v. 13, p. 63-76, 2000.

MICHELMAN, Frank I. The Supreme Court 1985 Term – Foreword: Traces of Self-Government. Harvard Law Review, v. 100, p. 4-77, 1986.

MOUFFE, Chantal. The democratic paradox. London/New York: Verso, 2000.

MOUFFE, Chantal. The return of the political. London/New York: Verso, 1993.

NEGRI, Antonio. Poder constituinte: ensaio sobre as alternativas da modernidade. Tradução de Adriano Pilatti. Rio de Janeiro: Lamparina, 2015.

QUINE, Willard Van Orman. The ways of paradox. Cambridge: Harvard University Press, 1976.

SULTANY, Nimer. The State of Progressive Constitutional Theory: The Paradox of Constitutional Democracy and the Project of Political Justification. Harvard Civil Rights - Civil Liberties Law Review, v. 47, n. 2, p. 371-455, 2012.

Downloads

Publicado

2025-04-30